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Minicurso A: 

Minicurso: Considerações husserlianas sobre a filosofia platônica - a influência filosófica da Fenomenologia

Prof. Dr. André Vinícius Dias Senra

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro - IFRJ

 

A influência do pensamento grego sobre a Fenomenologia é um tema pouco explorado na literatura, mas que está na base da formulação metodológica de Husserl. Isto porque existe uma tensão nesta relação. Primeiramente porque sendo um produto intelectual do século XIX, a Fenomenologia é articulada como um novo tipo de ciência e meio ao debate positivista da época. Ainda assim, Husserl seguindo a linha kantiana não aceita a terminologia Metafísica para associar com a sua nova proposta filosófica. Por outro lado, entende que a Fenomenologia deve ser classificada a partir da orientação de ser uma ciência de essências em contraposição às ciências de fatos. No que se refere ao sentido externalista, Husserl confronta os positivistas porque sua ideia de cientificidade não se reduz ao naturalismo. De outro modo, do ponto de vista internalista, acerca da tradição filosófica, significa uma retomada do problema dualista surgido a partir do referencial da Metafísica. A questão sobre o Entendimento e a Sensibilidade tem na filosofia platônica o seu primeiro capítulo sistemático na história da filosofia e em Husserl, assume o momento culminante dessa história. A iniciativa de Husserl de transformar a Filosofia num tipo de Ciência universal passa pelo modo como apreendeu a questão da racionalidade fundante de uma ciência, o que denota um olhar filosófico posto que infere a necessidade de clarificação das condições de possibilidade da própria cientificidade. Assim sendo, a protofundação da Ciência universal a qual ele aspirava tinha forte influência do pensamento platônico. Não só pela terminologia de essência, mas sobretudo, pelo tipo de papel reservado para esta ciência fundadora do sentido que foi atribuído à Filosofia por ambos os autores. Este minicurso se baseia na tentativa de aproximar autores de modo filosófico. Com isto, cumpre assinalar que o modo filosófico de pensar trata questões similares de forma conceitual. Não há anacronismo neste tipo de tentativa porque a história das ideias se estabelece independente da história cultural, social, e política. Nesta análise conceitual, pretendo expor ideias que podem ser tematizadas tanto na perspectiva de Platão quanto no que se refere a Husserl. Ideias como essência, dualismo, fundação do conhecimento etc. A resolução de Husserl em relação ao papel da Filosofia representa não só uma novidade no sentido internalista quanto também no externalista, algo que já estava presente no cerne da filosofia platônica. O minicurso se propõe a passear pela obra husserliana afim de elucidar os elementos platônicos contidos em sua trajetória e como estes foram assimilados bem como atualizados ou distinguidos na formulação conceitual propriamente husserliana.

Minicurso B: MEDIAÇÃO DE GRUPOS

 

 

            Sylvia Mara Pires de Freitas

Universidade Estadual de Maringá

 

 

 Pretende-se neste minicurso trabalhar a mediação grupal em dois momentos: no primeiro será abordada a teoria de Jean-Paul Sartre sobre a gênese e formação de grupos – fusão, juramentado, organizado, institucional e o papel do soberano – suas construções e desconstrução.  Para tanto, será abordada a relação entre indivíduo e campo sociomaterial; a diferença entre práxis e processos grupais, as condições de confrontos e mediações e o método progressivo-regressivo. No segundo momento será explanada a prática da mediação de grupos. Havendo possibilidade, serão realizadas simulações de atendimento de casal, famílias e grupos, pontuando a necessidade de se levantar as seguinte questões: (1) Qual práxis manifesta este grupo? (2) Ela é dialética? (3) Qual objetivo o grupo persegue? (4) Qual condição o grupo busca superar? (5) Qual desenvolvimento interno do grupo caracteriza a práxis? (6) Esta práxis grupal é livre, isto é, o grupo age para atender as suas necessidades e/ou as necessidades de terceiros? (7) A práxis é instrumento constituído pelo grupo? (Freitas, 2018). A diferença entre a lógica formal e a lógica dialética encetará a explanação teórica com o objetivo de proporcionar aos(às) participantes o tipo de raciocínio necessário para a prática da mediação grupal fundamentada no pensamento e método sartrianos.

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